quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

YUPI

Nada de colocar aquelas frases cretinas no MSN expressando a minha raiva, nada de colocar frases no orkut, nada pra ninguém ver.
A minha raiva expresso rindo. Por que quando eu to com muita, muita raiva, tudo fica tão patético e sarcástico! E a cara de todo mundo fica distorcida e eles começam a falar "blá blá blá" em slow motion e distorcido. Tudo distorcido. Fica tudo, tudo distorcido.
Minha raiva é como uma droga, e mesmo não sabendo qual a sensação de estar drogada, imagino que deva ser parecido.
Aí sempre me vem na cabeça uma cena de mim mesma destruindo o muro da rua onde moro, com um machado. Ou quebrando a porta de alguma casa e fugindo na chuva, e atirando pedra em todo mundo e rindo.Calma, calma! Vocês não viram um décimo do meu sadismo, mas não se preocupem...ele não sai da imaginação, afinal, eu sou "como a mulher dos gatos, mas sem os gatos." Vi isso naquele filme "E se fosse verdade" e não sei por que me identifiquei tanto, embora eu vá mais com a cara de cachorros do que de gatos.
Aliás!
Quer saber de uma coisa?
Eu não sou porra de mulher dos gatos nenhuma. Perto de casa tinha uma dessas e era toda cheia de verruga e era velha e tinha o cabelo velho e tinha o cheiro velho e a unha velha, argh! Ela era toda velha!
E eu não sou assim.
Por que não sou velha.
E não me importo muito com gatos. Exceto um. Ai coisinha cuti cuti. Mas deixa pra lá.
Eu só disse aquilo mesmo porque curti a frase! Vamos assumir que às vezes a gente gosta de uma frase e canta ela aos quatro ventos mas não sente um pingo de identificação com a porra da frase. Quem nunca fez isso?

A questão é que eu fugi completamente do assunto do texto, então vamos voltar.
Como eu dizia, pensamentos como aquele que eu citei anteriormente são comuns quando estou com raiva, assim como é comum eu me imaginar esbofeteando a cara de diversas pessoas durante o dia enquanto tomo calmamente meu chá gelado amargo e sorrio para elas enquanto não param de falar. Também é comum eu me imaginar espremendo a pata do papagaio da vizinha num espremedor de alho porque todos os dias às 5 horas da manhã (inclusive aos sábados e domingos) ele começa a gritar e a gritar e agritar que sinto aquele som fazer minha alma tremer.
Mas não sou perigo para a sociedade, não temam, não se preocupem. Ainda sou aquela garotinha que sorri ao ver um velhinho vendendo balas na porta do metrô e se enche de alegria quando vê os seres humanos cantarolando uma canção na rua enquanto levam o cãozinho para passear.
No fundo, no fundo, acabo não sendo lá muito diferente de qualquer escritor coração-melado que a gente encontra por aí. Meio bipolar, intenso demais, querendo socar e beijar a raça humana ao mesmo tempo, amando-se e odiando-se tão intensamente mais do que ninguém é capaz.
Lendo poesia.
Tomando banho de chuva.
Desenhando florzinhas e corações num pedaço de papel enquanto fala ao telefone.
Rasgando uma foto e tentando juntar os pedacinhos novamente.
Chorando lembranças.
Abraçando o futuro.
Negando e aceitando.

Mas tenho a maior raiva do mundo às vezes, proporcional ao maior amor do mundo. Os dois num carrossel, ora subindo, ora descendo, ora no topo, ora no fundo do poço. Talvez eu seja mais normal do que eu pense. Mas calma, não se preocupem...normal sim. Comum? Jamais! Isso é um desacato à minha digital. E se por um segundo fui um pouco comum, tento pelo menos depois compensar com alguma coisa bem absurda.

Bom mas agora mudando um pouco de assunto. Na metade deste texto fui encontrar uma grande amiga minha aqui perto e aproveitei para vomitar um pouco minha raiva, e não é incrível o poder que tem outra pessoa do sexo feminino que te entenda? Ainda mais te conhecendo desde quando você começou as primeiras brigas com seus hormônios de pré-adolescente. Saí de lá me amando mais e amando mais a ela também. Meu sorriso ao voltar sozinha já não era por conta da raiva, mas sim pela alegria da grandeza que ali compartilhamos, sentadas no banquinho da praça enquanto tomávamos um sorvete. E de repente o céu ficou maior, as coisas fizeram mais sentido e eu voltei com aquele olhar babão de criança que vê um playground pela primeira vez!

Assim é melhor.
Mais calma, mais compreensão, mais amor. Muito mais amor, e felicidade, de verdade!
Ufa!
Eu sou uma pessoa feliz!
Eu posso hoje respirar fundo, me olhar no espelho e dizer que eu sou uma pessoa feliz, e tudo aquilo que me deixa com mais raiva ultimamente tem me provado a cada segundo que eu sou mais feliz do que penso, porque me faz perceber cada vez mais que minha raiva é intensa, absurda e colossal, mas é agridoce. Me faz perceber que meu ódio ferve, explode por dentro mas não passa é do amor que ficou mau humorado.
Porque cão que ladra não morde.
Porque minha raiva me vira de ponta cabeça, me pega pelos braços e dança tango comigo me fazendo cosquinha pra dar risada.
Minha raiva é brincalhona.
E ela é tão brincalhona que já se escondeu e me deixou aqui falando sozinha e de bom humor!
Yupiii!!!!!

12 Comments:

Tha Basile said...

pequena montanha russa de sentimentos.

ameeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei!!!

Unknown said...

Meu deus ... Thais eu to com medo de vc xD

Hehehehe

Mintira

+ é a pekena mulher gato q dança tango com seus demonios internos ... q bunitinha ... xD

eu ainda to vendo letrinha de tanto q li de uma vez ...
hehe

Thaty said...

Essa é uma das minhas raivas preferida (a mais perigosa, ui)!

demaaaaaaaaais!
:*

Anônimo said...

Sempre que leio seus textos, eu me recordo de muitos dos seus momentos.

Um ativador de lembranças!

Beeeijos ;)

Anônimo said...

"Me faz perceber que meu ódio ferve, explode por dentro mas não passa é do amor que ficou mau humorado."

Descobriii de onde a raiva sai de vez em SEMPRE.

koksoaksokaoskaoskaoks


Óteeeeema!


Beejo;*

Thais said...

eu vi você esbofeteando pessoas e tomando chá!!!

também sou feliz aeeeeeeeeeeeeeeeeeee vamos comemorar moendo patas de papagaio!!
bjoooooo

Anônimo said...

BB!
Sabe do q eu MAIS gosto nos seus textos? a "pequena parte" q eu me indentifico com TUDO. só isso. HUAHUhauhUAHUahuHAU

Velho, vc ajudou eu entender minha propria raiva. AMAY!

=********

Anônimo said...

Muito bom mesmo!
Adorei!

ღ mey ♥¨`*•.¸¸.•*´¨♥ღ said...

nossa! adorei o texto... e ta certo, raiva pra q? pra deixar as rugas virem?
naaaao!
amei o blog =***

Anônimo said...

HAHAHAHAHA!!!!!!!!!
(Risada de bruxa)...Adorei o texto!! So pega leve com os bichinhos, ta? Quanto as pessoas...pode esbofetear a vontade!!! hehehe...
Bjus!!
Sabrina Jung

Anônimo said...

Nossa! No começo do texto eu iria falar pra vc procurar uma psicólogo pra curar essa raiva toda, mas depois a única coisa que eu tenho a dizer é pra vc mandar a sua amiga pra ONU, tal criatura pode ser capaz de acabar até com guerras =P. Com relação a vontade de espancar pessoas, fique na vontade, pois o processo que isso gera é um pé no saco fora a demissão por justa causa, aí ao invés vontade de espancar vc ficará com vontade de matar e se matar já viu né! E eu particularmente acho que a sua raiva vem dessa crise pessoal com relação as cães e gatos, agora que vc descobriu que é a velhinha dos cachorros o mundo ficou mais fofo como um belo filhote. =P

Sem mais delongas, até mais.

Déborah Capel said...

Oi Thais, agora sim comentando no seu post.
Eu também sou assim, um tanto quanto bipolar, mas infelizmente minha raiva não é tão bem humorada quanto á sua.
Eu propriamente não tenho raiva do papagaio da vizinha, mas sim da vizinha da frente, aquela que faz fofoca sua, urgh, odeio!
Mas tenho uma tática infalivel, pelo menos comigo funciona.
Quando estou "bufando de raiva" fico dando socos, primeiro no travesseiro e depois aproveito o batidão e vou tomar um banho, já cheguei adeixar minha mão roxa de dar socos da parede do banheiro, mas logo passa, depois de uma boa tigela de chocolate quente.
Mas alegria pra quem tem, vamos lá!
Passa sempre pra me visitar, ok?
Adorei o seu jeito de escrever, simples e completo.
Beijinhos e fica com Deus! ;*