segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A Menina Normal.

Vou a fundo na minha normalidade
Vou tão a fundo que quem me conhecer vai dizer:
"Eu sou realmente estranho."
Sim.
Vou sentar numa mesa de bar, pedir uma coca zero e fazer aquele sinal escroto pro garçom trazer a conta em vez de praticamente fazer uma seção de aplausos quando ele se aproxima.
Antes de levantar da cama farei alongamento e tomar um café da manhã balanceado (como ODEIO o termo "balanceado", principalmente quando se refere à comida, mas tudo bem, agora vou ser normal e só fazer "refeições balanceadas - refeição também é uma palavra esdrúxula).
Só vou jantar no horário - 19 horas - e na mesa da cozinha, sem a televisão ligada, para contar os assuntos do dia para minha família. Ou melhor, para contar os assuntos do dia para mim mesma já que minha família também só janta a hora que der na telha e onde der na telha.
Jantar na frente do PC? Jamais!
Comer miojo frito depois da meia-noite? Nem pensar!
E comer doce antes das "refeições" também está fora de cogitação, afinal, ONDE JÁ SE VIU comer doces antes das refeições? Será que ninguém mais obedece aquele mandamento que diz que não se deve comer doces antes das refeições e nem comer nada frito após à meia-noite?
...
Ah é né! Esses mandamentos não existem!
Quase que eu esqueci.
É que agem como se eles existissem.
Também agem como se existisse um mandamento que proíba as pessoas de não combinarem as coisas.
Mas é isso aí, jamais usarei tênis e meia listrada com saia de veludo preta, não importam se dizem que eu tenho estilo (ser brega hoje em dia é ter estilo.)
Ter estilo não é coisa pra gente normal. Ser brega não é coisa pra gente normal. E pessoas normais não usam cachecol na cabeça. Na cabeça apenas cabelos (loiros, lisos e com luzes), e se muito uma caspa de vez em quando, que eu não tenho mas posso tacar farinha pra fingir que é.
E eu sou normal, hein.
Palavrões nem pensar. De hoje em diante quando eu perder a paciência vou apenas dizer:
-Caramba
-Poxa vida
-Ai meu Deus
-Puts Grilo!
-Nossa!
-Caraquinha!
Também vou passar minha vida toda buscando um "empreguinho bom" onde eu me "sustente" e "pague minhas contas." E também vou começar a reclamar da falta de grana no fim do mês mesmo que não me falte grana, porque pessoas normais fazem isso.
Vou andar pela rua de forma cansada sem olhar pro céu e sem nem me importar com o por do sol. Pessoas normais fazem isso.
E se me der vontade de dar pulinhos na rua do nada, vou me controlar, respirar fundo e contar até 10 para não perder o controle.
Pessoas normais sempre contam até 10 para não perder o controle. E nunca perdem.
Dormir às exatas 22 horas.
Vou ter como objetivo de vida também arranjar um namorado, casar na igreja e ter filhos.
Mas atenção, o namorado tem que ser um cara normal também.
Ele tem que se vestir como um cara normal, usar gel no cabelo, fazer a barba, trabalhar num banco ou em algo que envolva administração, ter um celular motorola, usar sapatos polidos e fazer happy hour com amigos nas sextas-feiras. Esse cara também terá que tocar guitarra e gostar de bandas de rock. E usar gravata no trabalho.
Ele também vai ter que reclamar do chefe e me contar sobre as novas estratégias da empresa.
Batalharei em busca da felicidade de minha família e viverei em função dos meus filhos.
Vou cozinhar pro meu marido e lavar a louça sozinha.
Ah, também terei que ter uma religião.
Decidi também que vou virar evangélica e frequentar alguma igreja que tenha o nome "Comunidade" alguma coisa. Quem sabe assim não fico menos preconceituosa, não é verdade?
Elogiarei o pastor e frequentarei os cultos assiduamente.
Aos domingos assistirei domingão do Faustão e só entrarei na internet pra ver meus recadinhos no orkut e colocar fotos com a galera. Quando mendigos baterem à porta eu lhes darei uns trocados e me despedirei com um "deus abençoe".
Vou aceitar também todos aqueles panfletos do caralho (Opa! Desculpe. Reformulando: aqueles panfletos do caramba!) que me derem na rua, amassá-los e jogá-los no chão para que entupam os bueiros.
Ah, terei que fumar e fazer uma tatuagem de borboleta, fada ou estrela! Quase que me esqueci. Mas tem que ser uma tatuagem discreta para que o pessoal do trabalho não veja.
Terei que comprar salto alto e terninhos na cor bege.
Vou crescer, me reproduzir e morrer, porque nascer eu já nasci. Vou simplesmente existir e obedecer o ciclo idiota, que inclui casar e ter filhinhos e netinhos. É tudo tão besta e comum, mas é o que acaba valendo a pena.
E quando eu envelhecer, darei novelos de lã pro meu gato Bichano brincar.
Ah, nada de dar nome esdrúxulos para animaizinhos como por exemplo Rosanno, Linha Leste-Oeste e Lepetise.
Se eu tiver um hamster vai chamar "PomPom". Se eu tiver um cachorro vai chamar Billie. Se eu tiver um gato, obviamente, Bichano.
Sem essa de dar nomes de objetos o de gente para animais.
Nunca mais pensarei em dar o nome para um hamster meu de "Bolsa de Valores de Nova York". E jamais pensarei em dar o nome pra um cachorro meu de Doutor Geraldo Ferraz, Ovo Frito ou Bife Acebolado. E se eu tiver um gato nem sonharei em dar o nome dele de Felipe do Carmo.
Ah e sem essa de dar nome para coisas. Eu vivo dando nome para coisas.
Pessoas normais só dão nome pra filhos e bichos de estimação.
Nasce hoje uma Thaís normal.
A pessoa mais normal do mundo.
E também a mais chata, a mais insuportável e a mais morta.
Na verdade, falei errado.
Morre uma Thaís hoje.

Agora eu tenho uma coisinha pra me dizer em off:

Conta outra!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Corrente do Bem

Os pacotes caindo das mãos, os pés inchados de duas horas de calor no fretado lotado, cabelo preso pra cima cheirando a trânsito e a roupa toda puxada pra um lado. Entro no elevador do prédio depois de mais um dia gerenciando meu próprio chefe, me olho no espelho e penso: virei uma desperate housewife, sem o glamour. Por um segundo me sinto meio que um lixo de mulher.

Segundo, terceiro andar. Quarto. Uma mãe e sua filhota de no máximo 8 anos de idade entram. A menina abre um sorriso tão sincero que já valeria qualquer linha escrita: sem falsa boa-vizinhança, só um sorriso de identificação.

E, ao sair do elevador no sexto andar, me olha com uma expressão de quem está prestes a confessar alguma coisa e diz com aquela vozinha de criança:

"Menina, sabia que você é linda."

Assim, uma pergunta em forma de afirmação. Antes de eu poder dizer qualquer coisa, a mãe me pede desculpas (desculpas?) pela intromissão (intromissão?) da filha e sai.

Me olho de novo, respiro fundo, sétimo andar chegou, saio e abro a porta do apartamento, entro com os pacotes, pensando em como fazer uma surpresa gostosa pro Bonito. Sento.

Mentalmente, prometo parar de olhar só pra parte fácil da vida como uma criança. Difícil mesmo é diante de qualquer situação ou circunstância, simplesmente, se abrir. E gerar amor.

sábado, 9 de agosto de 2008

Maldosa é o caralho.

Fico até sem reação diante dessas pessoas feias que cismam em colocar suas fotos na internet.
Eu estava vendo a foto de uma menina que não sei por que cargas d'água cisma em colocar suas fotos no próprio fotolog.
Aí você me diz: "Mas o fotolog é dela, se ela não colocar fotos dela, vai colocar foto do que?"
Meu Deus! De qualquer coisa! Só porque o fotolog é dela vai ter que nos "presentear" com sua cara feia?
É o mesmo que eu comprar uma arma. Só porque comprei significa que tenho que usá-la?
Ou então suponhamos que eu tenha uma tesoura em casa. Só porque tenho ela lá significa que tenho que sair cortando tudo?
O fato dela ter um fotolog não significa que tem que por fotos dela lá!
E o pior, TODAS as fotos ela sai com a mesma cara.
Veja só, tentarei fazer uma representação:

Cara de séria:
:-(

Cara de sorridente:
:-(

Cara de Cú:
:-(

Cara de brava:
:-(

Cara de quem acabou de pisar num prego:
:-(

Cara de quem acabou de ganhar na loto:
:-(

Cê tá entendendo? Não sou obrigada a ver isso!
Aí você me diz: Mas é só não entrar no fotolog dela!
Então, não é que eu fique entrando. Mas vamos supor que eu tenha achado o fotolog no Google por algum motivo e me deparei com a cara dela. Entende? Internet é assim, às vezes você acaba entrando nos blogs e fotologs mais bizarros sem querer porque o Google te pôs lá dentro através de qualquer palavra chave que você digitou.
Bom...vamos parar de lenga lenga e falar outra face da realidade mais provável.
Eu entro meeeesmo no fotolog dessas pessoas porque me racho de dar risada da cara delas. Fico abismada de ver como podem existir pessoas tão feias, e que ainda passam batom!!!!
Velho, batom pra que? Por acaso a Dercy Gonçalves ficaria mais bonita de batom, mesmo que morta?
Então sem essa de batom, que só adianta para quem ainda tem alguma salvação.
Se fosse assim, com um batom só, o Faustão seria a Mônica Belucci.
Você pode até dizer que é fútil, que eu poderia estar escrevendo sobre a ONU ou sobre o debate político de ontem, mas realmente não tive como deixar passar.
Pensa...
Por que alguém entraria no fotolog deste ser? Vai comentar O QUE? Tem que ser muito amigo mesmo, porque realmente ninguém ia ter interesse em comentar fotos sempre iguais.Ou então deixaria comentários sempre iguais:
"Nossa que legal essa foto!"
"Nossa que legal essa foto!"
"Nossa que legal essa foto!"
Ou mesmo que a foto seja um pouco diferente, a cara delas continuarão a mesma, e feia. E aí o comentário seria assim:
"Puxa que legal essa foto!"
Será que tem gente que não percebe que é feio???
Fico horrorizada com isso.
Gente! Assume que você é feio! Vai colocar foto pra quê? As pessoas querem ver o que é bonito, você mesmo se for o esboço de um capeta queimado vai querer ver o que é bonito, vai parar pra ver foto de gente bonita, não de gente tão esdruxulamente horrível como você, a não ser que seja pra rir, como é o meu caso, que só entro pra rachar o bico.
Eu vivia entrando no orkut de uma menina com uma amiga minha só pra gente se mijar com a feiúra dela. E a gente não se agüentava de rir com as próprias definições que arranjávamos.
Agora digo: maldade?
Claro que não! Diversão! =D
Passatempo!
Tem coisa mais divertida? Não existe o fato de ignorar uma pessoa tão feia, ou ignorar alguma parte do seu corpo que seja tão feia! Por exemplo, essa menina aí, teve uma foto até que ela tava verde! Como é que pode isso? Devia estar estragando. (Tá, eu confesso, isso foi muita maldade.)
Outro dia o computador não quis abrir a foto, porque acho que até ele se recusou a mostrar uma coisa tão medonha.
E você pode me dizer: Nossa, Thaís, e você se acha muito bonita hein?
Cara, eu posso não me achar linda, mas melhor que essas pessoas com a mesma cara eu sou porque pelo menos tenho expressão, ainda que eu não seja nenhuma modelo. Tipo, pelo menos alguém sabe quando eu to sorrindo docemente ou quando eu acabei de enfiar meu dedo num prego.
E se um dia eu ficar horrível por algum motivo não vou fazer questão de colocar foto minha na internet porque não quero prejudicar a visão de ninguém. Posso até criar um fotolog, mas com senha. E se quiserem entrar vou perguntar antes: Ok, você tem certeza que quer isso?
É gostoso ver uma cara bonita, mas gente feia porque raios vou querer ver?
Por exemplo, esses dias tava vendo o fotolog de uma menina cujos olhos pareciam ovos num buraco.
Tipo, o olho dela era tão fundo que parecia que flutuava num espaço. E era tão grande que parecia o fundo de uma garrafa. E o pior, não sei como pode o olho dela ser tão grande ainda assim ela ter cara de morta. Tipo, era um olho morto, saca?
E a gengiva então? Aquilo não era uma gengiva, era um banco de praça! E os dentes não poderiam ser mais encavalados, parecia um monte de grão de canjica colado. E a franja?
Não. Não era uma franja aquilo, era a escovinha de limpar que minha mãe deixa em cima do tanque. E o pé dela era tão grande que não era um pé, era uma prateleira de biblioteca. E o braço então? Aquilo parecia mais um pernil, e tenho certeza que só aquele braço acabaria com a fome no país. E só a barriga alimentaria meia população da América Latina.
Esqueci de falar do nariz tambémn, que era mais uma beringela geneticamente modificada.
Sabe!
Eu realmente como citei anteriormente não coloco defeito nos outros. Eles já estão lá! E eu realmente sou capaz de não olhar só para eles, vejo quando uma pessoa tem alguma coisa de bonito também, mas se não tiver nada vou fazer o quê?
Minha mãe diz que temos que antes de tudo ver a qualidade das pessoas.
Por que? Se o defeito aparece mais não tem como! Se o nariz de 1 quilômetro de alguém aparece mais do que seus lindos olhos azuis, desculpa, não vou conseguir reparar nos olhos azuis primeiro, talvez só depois que eu cansar de olhar pro nariz.
E essas pessoas são muito feias, muito, muito feias mesmo, sabe.
E não vem torrar o saco que eu nem tenho dizendo que to sendo preconceituosa.
Não estou.
Estou é fazendo um comentário de defeitos que já existem.
Olha só, perante a sociedade, se eu comentar do lindo sorriso de La Bündchen eu tenho bom gosto, se comento do sorriso esdrúxulo da Dercy Gonçalves sou engraçada, mas se comento do sorriso dantesco de uma desconhecida, aí eu sou preconceituosa?
Ah vai tomar no cú!
Me diz se não é hipócrita isso?
Se alguém assiste o Casseta & Planeta, o Pânico ou o CQC falar da cara feia de alguma celebridade, todo mundo dá risada, mas se é de algum desconhecido, é preconceito. Então ninguém tem direito de rir sobre absolutamente ninguém nesse mundo se for assim.
Se eu rir de uma piada feita com alguém por causa de um defeito, de uma banha (como fazem com a Preta Gil) ou de seja lá o que for, então tenho direito de rir da cara de quem quer que seja, afinal todo mundo tem defeito ou alguma coisa feia em si mesmo, senão no corpo, na alma. Então bora dar risada mesmo que pelo menos deixa a vida mais divertida, bora tirar com a própria cara, porque o ser humano é digno de riso mesmo, de graça. Eu faço isso com a minha cara direto, ainda mais quando acordo e pareço um pica pau chupado (a não ser namorado, que tem mesmo é que me achar a mais linda do mundo, porque como qualquer ser humano do sexo feminino eu não gostaria nada que ele falasse sobre meus defeitos. Tipo, que nem irmão, só eu posso xingar. Só eu posso rir dos meus defeitos, mas namorado não. Aliás, quem não me conhece também pode, mas contanto que eu não saiba! Eeee!!!! Tipo, aposto que essas pessoas desses fotologs também não gostariam de saber o que penso delas.). Preconceito é dar ou não preferência pra alguém por causa disso, é tratar mal ou não alguém por causa disso, mas falar a verdade ou rir não é preconceito.
Óbvio que não falaria nada disso na cara da pessoa para que ela não se sentisse ofendida.
E sem essa de "fala na cara". Eu falo na cara aquilo referente à atitude e tem gente que confunde as bolas. E ainda assim só se eu quiser.
Nada impede essas pessoas feíssimas de serem legais, boas e inteligentes, nada impede que eu as adore e admire, mas realmente não me agrada muito olhar pra cara delas se não for pra querer dar risada ou vomitar.
Maldooooosa é o caralho. Só é a verdade.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Da série: Meu Querido Instant Messenger

- Bonita, quem sou eu pra ir contra a lei seca. Mas, diga-se de passagem, não é lá muito digno fazer os bêbados esperarem na sarjeta pelo ônibus.

- Mas você nem tem carteira de motorista.

- Bite me, não tenho mesmo. Mas e se eu quiser beber 0.6 e ir pra casa do bofe aproveitar o grau? É opção minha. Milarga.

- To ilhada num mundo de gente maluca.

- Faz a sensata, então. Eu prefiro as drogas. E escapar da rota usando caminhos alternativos.

- Vou pensar se quero perder uma noite de merecido sono E 900 reais pra te tirar da cadeia. Se bem que valeria a pena só pra poder dizer “eu te avisei”.

- Economiza os 900 e vamos beber.

- Você sabe que está exagerando na mão quando os próprios amigos começam a te vetar. Né?

- Então ta excluída da minha lista de amigos.

- Você ta um saco, bem peludo ainda. Vou ligar pra sua mãe.

- Liga, aproveita e convence a velhinha de que eu não sou gay. Vamos ver se ela acredita em você.

- Bla bla bla nem to te ouvindo. Vamos falar dos nossos empregos que é mais engraçado?

- Só se for com um saquê na mão.

- Vamos a pé.

- De carro.

- De metrô.

- De mula. To brincando, vou fazer meu irmão de motorista.

- Aê, viu como de tudo podemos extrair algum lucro?

- Verdade. Viva a lei seca, menina.