quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Vai ver é só uma fase.

Hoje procurei mentalmente no arquivo da minha memória, onde poderiam estar os textos que fariam com que eu me reconhecesse novamente.
Os textos antigos estão por aí, em incontáveis blogs que criei cuja senha só eu tenho. Alguns eu sequer lembrava que existiam.
A verdade é que parei de escrever faz um bom tempo, e quando resolvo escrever alguma coisa, só eu leio, só eu tenho acesso.
Mas a verdade é que a vontade que eu tinha antes de fazer com que o mundo inteiro soubesse o que penso, transformou-se em horror à exposição, seja das minhas opiniões, seja da minha vida ou dos lugares que vou, das coisas que fiz e farei.
Vejo no facebook pessoas sedentas por mostrarem suas últimas fotos, citações ao maior estilo "Cineminha com Phu Lana Detal. Maravilhoso!" e informações sobre suas vidas, suas coisas, sem que eu ao menos pergunte.
Eu pelo menos, não tenho interesse em saber se você pegou um cineminha com Phu Lana Detal ou se foi acariciar couves na Lavoura de São Francisco com Juscelina Albaricoca! E também calculo que pessoas não tem interesse em saber se fui no mercadinho Genaro comprar bisnagas com meu namorado.
Todos desesperados para que saibam de tudo! Fico imaginando se a maioria das pessoas recebesse essa proposta: Você vai ganhar uma viagem de 1 semana com mais 3 acompanhantes para as Ilhas Maldivas, com tudo pago, e poderá registrar todos os seus momentos com fotos e filmes, no entanto, estará proibido de divulgar no facebook (ou qualquer rede social ou blog) as suas fotos e nem citar com quem foi.
Eu pagava pra ver. A grande realidade é "qual a graça de eu ir pra algum lugar e fazer alguma coisa se ninguém do meu facebook vai saber?".
E eu passei a me questionar em relação a isso e até agora não cheguei à muitas conclusões. O meu álbum com maior número de fotos no facebook é restrito, ou seja, só vê quem eu quero que veja. Quase nem tenho postado absolutamente nada e os posts informativos das outras pessoas tem me irritado a cada dia. Pensei até em deletar logo a conta do facebook já que tudo lá me irrita e já que eu também não posto nada. Mas só de pensar nisso me dá uma dor no coração! E eu não faço a mínima idéia do motivo.
A questão é que todas aquelas fotos minhas, com meu namorado, minha coelha, minha mãe, me confortam de alguma forma. Algo que eu criei para mim com registros de pessoas que amo, mas bastava criar um blog restrito com essas fotos e...até que não é má idéia.
Mas sei lá, vez ou outra deixar um recado pra alguém, ler sobre algumas postagens, até que me parece válido e eu gosto disso. O que me irrita mesmo é esse exagero das pessoas praticamente abrirem suas pernas (não literalmente falando e dependendo da foto até que literalmente) para que todos vejam o que tem lá, como se ninguém soubesse!
A verdade é que a vida de todo mundo é basicamente igual! Todos tem amigos, família, namorados (ou não), saem, se divertem, choram, buzinam, se incomodam, tem chefes (ou não), contas a pagar, dinheiro a receber, etc. E aí me pergunto aonde está a novidade que todo mundo quer contar?
Minha timeline parece um resumo repetitivo da vida de todos. E pra não ser mais uma repetindo sobre o próprio cotidiano, resolvi abandonar de vez o meu mural, a não ser que seja com algum link ou algum comentário sem segundas intenções de como a minha vida
é /está/será/seria.
Enjoei de escrever textos, enjoei de escrever sobre minha vida e minhas opiniões, enjoei de querer que saibam sobre o que penso e sobre as experiências que passei e estou passando. Enjoei, enjoei, enjoei. Enjoei de pessoas e de opiniões. Tudo sempre muito igual, e talvez eu esteja mesmo é precisando de férias, e eu juro que se eu ganhar uma passagem pras Ilhas Maldivas eu não vou fazer questão nenhuma de anunciar.
Pego minhas malas, sumo pelo céu num avião gigante e chegando lá mergulho no mar azul esquecendo das obrigações!