sábado, 25 de abril de 2009

Arrancando os cabelos (Literalmente)

Meu cabelo cresce mais do que órgãos masculinos na puberdade.
E a rapidez de seu crescimento é proporcional à rapidez da escassez do meu salário.
Marquei para cortar o cabelo hoje na cabeleireira que corto desde ano passado.
O preço um pouco salgado, digamos assim. Salgado o suficiente pra ferrar com qualquer idoso com pressão alta.
Pois bem, mesmo sendo um pouco caro, resolvi ligar pra marcar o corte porque fiquei com medo de passar a cortar em outro lugar, pois eu estava cortando lá desde que resolvi abolir meus longos cachinhos, e eu havia gostado do corte.
Liguei e perguntei se eu poderia dividir o valor no crédito.
"Só o valor do coooooorte????" - perguntou abismada a atendente!
PORRA! É! Só o valor do corte!
Ou vocês acham barato pagar 65 reais num corte de cabelo + lavagem??? Principalmente num mês onde a grana está mais curta do que os diálogos da Malu Magalhães.
"Nããão, a gente não divideee!"
"E no cheque, vocês dividem?"
"Nãããão, só aceitamos o valor total!"
ARGH!
Me tratando que nem uma pobreeee!
Também, quer saber? FODA-SE!
É o cúmulo! Só por que não sou da elietzsche e não estou acostumada a gastar os tubos num salão de beleza?
Caralho, é só um corte em uma cabeça quase sem cabelos!!!
Precisa me tratar igual a assalariadazinha que sou?
Pois bem.
A Renata, jornalista que trabalha aqui, me disse que anda cortando o cabelo num salão aqui perto, o cara cobra 20 reais.
Lá fui eu.
Aqui é Vila Maria, Zona Norte, bairro dos caminhoneiros que te comem com os olhos e chamam de "gostosa" qualquer ser que tenha uma xana e se locomova. Quando ela disse que o cara cobrava 20 reais e que era num "salãozinho aqui perto", já imaginei o tipo de boqueta que seria, mas também foda-se, não sou e nunca fui fresca, se o cara mora numa quitanda mas cortar meu cabelo bem, não tem problema. Mas que dá um frio na barriga dá.
Cabelo pra mim é sagrado.
Posso estar com as unhas roídas e sem lápis de olho, se meu cabelo está uma bosta, eu interiormente fico uma bosta, me achando o ser mais horroroso da espécie humana, quiçá de todas as espécies.
E não é futilidade. Pergunte isso pra qualquer ser que tenha peitos e não seja um traveco.
Cheguei no salão e me surpreendi ao ver que o lugar era muito bonito, bem arrumado e etc. Não tinha nada de boqueta.
Quando perguntei se a mulher cobrava a lavagaem ela riu e disse:
"A não ser que você vá fazer uma lavagem com hidratação e produtos Loréal".
E eu disse: "Não, não, só uma lavagem simples!"
E ela sorrindo me disse que não, seria só os 20 reais e pronto.
Marquei às 18:30.
Vamos ver se vai valer a pena, de repente eu chego aqui e conto que o cabelo ficou um lixo e que eu prefiro pagar mesmo 65 reais para me sentir um ser humano novamente.
Esse texto é fútil.
Me deparo com incontáveis blogs voltados ao público feminino (ou não) e que sempre tratam de questões que vão mudar o mundo como celulite, unha, sapatos, etc, tudo bem, a gente já falou disso aqui antes, mas não SÓ disso. E eu detesto isso, detesto quem fala SÓ disso. Detesto mulherzinhas que "saem com as amigas" para "bater um papo" e comer "aquela saladinha", após fazer compras no shopping.
A impressão que dá é que a única diversão de uma mulher é isso, fazer compras ao shopping e comer saladas.
Se todas elas comem tanta salada como dizem os textos e mostram as propagandas, já descobri o motivo da Floresta Amazônica correr perigo.
Em vez de menstruar elas farão a fotossíntese.
Bom, convenhamos que fazer compra em shopping é uma das melhores coisas que existe quando se tem dinheiro, levanta o ânimo de qualquer um. Estes dias eu estava um pouco down por causa de umas coisas e arrastei meu namorado até a C & A pra comprar qualquer coisa.
Um dia, há anos atrás, havia brigado com um ficante meu de quem eu gostava muito.
Qual foi a primeira coisa que fiz antes de chegar em casa e desabar? Comprar uma calça jeans no shopping.
Algumas pessoas simplesmente não entendem isso! Homens principalmente.
E realmente acho que nem mulheres entendem isso.
A gente gosta de comprar roupa quando está triste, quando está feliz e quando não está nada.
Há quem diga que isso é pra suprir uma necessidade sentimental ou psicológica, mas mulher já nasceu bipolar e insegura, o que vier é lucro. Temos TPM, ou seja, pelo menos 1 vez por mês a gente pira e fica instável. O que fazer pro nosso instinto psicopata dizimar? Compras! O que fazer pra comemorar quando ele passa? Compras! =D
Bom, a questão não é nem essa, só acabei tocando nesse assunto pra falar que detesto essa imagem de mulherzinhá fútil e acabei me estendendo.
A questão é, gastar por gastar pode até parecer futilidade, mas acalma...mesmo que seja uma regata na Marisa. Mas cabelo é questão de honra! Cabelo é ligação entre a mente e o corpo físico. E quero ver alguma mulher discordar de mim.
Orientais não contam, elas não sabem o que é sofrer por causa de cabelo ruim...Viu Thaty? ;)
E a Thá embora não seja oriental, também não entende nada de cabelo ruim!

sábado, 18 de abril de 2009

Sonho e desejo

Eu queria ser mais serena. Queria ter mais flexibilidade nas pernas. Queria saber sentar e deixar o mundo passar. Queria ser menos teimosa e demorar menos para pedir desculpas quando estou errada. Queria ter dez centímetros a menos na altura e no quadril. Queria me amar por fora igual eu me amo por dentro. Queria agradecer a não-sei-quem por todos os amigos que eu fiz nesses últimos anos de vida. Queria ter um sheep dog. Queria passar um mês sem ter medo de nada. Queria não pensar tanto na minha consciência. Queria comer vinte quilos de chocolate sem engordar nem morrer entupida.

Queria ter um piercing no canto da boca. Queria ter dinheiro pra distribuir e quem sabe abrir um asilo. Queria gostar de agrião. Queria ser mais bobinha. Queria ser mais romântica. Queria fantasiar e sonhar mais ainda. Queria mostrar a bunda pro papa. Queria arrancar a língua do Faustão fora. Queria saber controlar a minha espontaneidade maluca.

Queria não parado o curso de costura. Queria ter tido coragem de mudar de rumo profissional antes. Queria ter brincado mais com minhas avós. Queria ter gritado mais, ter chorado menos, ter entendido antes, que tudo passa. Queria ter tido a cabeça que tenho hoje, aos 18 anos.

Queria saber assobiar. Queria saber falar o RRR do RRRonaldinho, queria saber falar italiano. Queria ler vinte livros por mês. Queria saber o kama sutra inteiro. Queria que o meu rosto denotasse menos os meus sentimentos. Queria ter mais coordenação motora. Queria comer menos porcarias xexelentas. Queria ter disciplina pra ser triatleta. Queria ser menos carente. Queria que você estivesse aqui, queria estar aí. Queria viajar mais. Queria voltar a ser criança.

Mas sabe de uma coisa?

Acho que não.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A Temida Pergunta

Aí você parou por um instante e se perguntou sobre si mesmo.
Aí você perguntou sobre a sua vida.
E aí você se perguntou se você é feliz.
Você se perguntou se te dá prazer trabalhar com planilhas e documentos o dia inteiro.
Aí você se perguntou se te dá prazer lidar com clientes insuportáveis todos os dias.
Aí você se perguntou se realmente a receita para ser feliz é ficar sentado frente ao computador mais de 8 horas por dia, resolvendo problemas, fazendo coisas, escrevendo textos, atendendo telefones.
Aí você se lembrou que até suporta o que faz, seja o que você for, professora, assistente, treinee, junior, estagiário...mas se lembrou das grosserias e injustiças do seu chefe.
Você lembrou que tem gente que manda em você.
Aí um dia você se revolta e pensa: Foda-se! Ninguém paga minhas contas!
Aí te disseram que o seu trabalho paga as suas contas. O seu trabalho manda em você.
Você não é 100% livre mas precisa da "escravidão" do horário certo todos os dias para ter um mínimo de independência nos seus intervalos de vida. Ou seja: sábados, domingos e feriados, e à noite na hora da novela. Isso SE você já não trabalha nestes dias.
A grande questão é que nós, seres humanos, só vivemos nos intervalos. Só temos tempo para viver nos intervalos, se é que temos intervalos...se é que estamos vivos.
Mas o que fazer? O capitalismo e a sociedade te engolem. E você tem filhos para alimentar e cuidar, contas a pagar, pai doente, tio no asilo.
Ou você é um estagiário que precisa um dia se tornar um profissional para pagar as contas, pagar o colégio dos seus filhos e o plano de saúde do seu pai doente, quiçá uma parte do asilo do seu tio.
"Viva!" - O que você está comemorando mesmo?
É uma alegria quando se passa no vestibular ou quando se consegue um emprego onde nos pagam um salário considerado bom ou razoável.
É uma alegria quando nosso chefe nos elogia e quando a gente consegue emprego numa multinacional renomada.
É uma alegria.
Uma alegria que a nossa cadeira sufoca e o nosso computador devora e transforma em bytes, em visão embaralhada, em cansaço.
Alegria abafada.
Sufocada.
Mas está tudo bem, afinal, é época de crise, você ainda tem sorte de ter um emprego, mesmo estando com o cú nã mão de perdê-lo no dia seguinte.
"Vivemos" para pagar nossas contas.
"Vivemos" para morrer todo dia um pouco.
E se morre justamente para que se possa viver um pouco.
Você responde com dignidade o seu nome, a sua idade e suas experiências profissionais.
Você responde com boa fluência verbal que tem boa relação interpessoal
Você responde rapidamente quando fica pronto seu relatório ou se já chegou a resposta do e-mail do cliente.
Você responde prontamente qual é o número do seu telefone comercial.
Você foi treinado para responder sem titubear.
Mas aquilo que te pega de jeito e te faz ficar em silêncio por alguns segundos, ou minutos (depende de quem for você) é aquela pergunta, raramente perguntada, mas que te faz refletir e analisar. E no fundo você a teme.
Você está pronto pra responder se você é feliz?
Criatura!
Você está pronto pra responder se você apenas pensa que é feliz porque tem as "noções básicas de felicidade" que se resumem a um bom emprego, a um diploma, a um cargo respeitável.
Mas você faz o que você quer?
Você faz o que você quer ou você faz o que todos gostam de ouvir que você faz, porque traz satisfação?
Você tem satisfação no seu dia-a-dia?
Em acordar cedo, pegar trânsito, seja de carro ou ônibus?
"Mas a vida é assim" dizem os outros.
Aí você se conforma porque a vida é mesmo assim.
Aí você não faz absolutamente nada pra mudar, mesmo sabendo que o seu sonho é ser bailarino da brodway ou DJ das Casas Santinho do Pará.
Porque tem gente que nasce com sorte.
E aí eu te digo que tem gente que nasce mesmo com sorte
E tem aqueles que criam sua própria sorte!
Mas dá trabalho e você não tem tempo de criar sua própria sorte. Seus horários não deixam. Seus compromissos não deixam.
Aí você torce para que exista reencarnação, e para que na próxima você nasça exatamente aquilo que você quis ser nessa.
Aí você morre e descobre que não há reencarnação.
Aí você morre e é enterrado com seus desejos sufocados no peito.
Mas não se preocupe, seus desejos agora tem a companhia do seu corpo inerte.
Ambos serão sufocados pela acidez da terra. E seus sonhos não passarão de sonhos.
A terra vai engolir você
E seus sonhos vão ficar pairando sobre ela.
Aí um dia alguém passa perto do seu túmulo e sente um arrepio esquisito achando que é algum tipo de fantasma.
Não é.
Claro que não é.
É a energia de um sonho que não foi realizado, porque energia nunca morre.
É a saudade que te matava mas que você nunca pôde matar.
Respire agora.
Feche os olhos.
Abra devagar.
Eu te coloco à prova:
Você é feliz? Ou você é apenas uma pessoa alegre que suporta os dias?
Ou você é apenas um conformado sorridente, movimentando-se espremido dentro de uma caixinha, mas aliviado por ainda ter o básico necessário para se sair bem diante de todos que te rodeiam?
Você é feliz? ou pensa que é?
Você tem vontade de ser feliz?
Você vai matar sua vontade
Ou vai deixar que ela mate você?
Respira fundo...
E vai ser feliz!
VAI!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Descrição em psicologia

Com seu sorriso acolhedor, ela prova que nem toda guerreira precisa empunhar armas para reagir agressivamente contra os problemas da vida. Ouvi-la e tê-la por perto é sempre garantia de boa diversão.

Do alto dos seus um metro e setenta e cinco, quadris largos e jeito de morena brasileira, ela sabe a que veio, mas está constantemente à procura de novas lições. Ela tem pele alva, olhos ativos, cabelos cacheados, raciocínio rápido e inspira confiança por não ter medo de demonstrar quem é.

Apesar das situações difíceis que a vida lhe colocou à frente, ela apostou no amor de sua família para superá-los e hoje conhece seus limites e definiu muito bem os seus valores e suas prioridades. Sabe que todo problema tem sua hora certa de ser resolvido e está se munindo de ferramentas para isso. Acima de tudo, ela ama seu presente e se realiza estudando e trabalhando naquilo que gosta. Sabe vender, gosta de tecnologia e tem uma boa lábia.

Esta moça tem muitos defeitos, mas tem a melhor qualidade de todas, que é a de saber rir deles. Ela sabe ser uma boa amiga.

Ela usa cores fortes, gosta de pessoas fortes e tem uma personalidade forte. Não deixa de ser mais macho que muito homem, mas sem nunca perder a sua feminilidade. Esta à espera do homem que a fará mais feliz, mas por enquanto vai sendo feliz por ela mesma.

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Este texto é uma singela homenagem à tudo de bom que se pode aprender numa sala de aula. E com os seres humanos dentro dela.