sexta-feira, 24 de julho de 2009

Eu e meus 25.

O que fazer exatamente quando se tem 24 anos e meio, e não se tem nada na vida que se possa chamar de "seu", a não ser seu RG, seu CPF, algumas roupas, perfumes e maquiagens?

O que fazer se quando com 15 anos você achou que com 18 ganharia o mundo?
E com 18 anos achou que com 20 ganharia o mundo?
E com 20 anos achou que com 23 ou 24 ganharia o mundo?
E com 24 achou que nada tinha jeito mesmo porque você já está quase nos 25 e 25 é quase 30 e 30 é quase 40 e 40 é quase 50 e um passo pros 60, que já é a terceira idade e quando você se der conta estará rodopiando entre senhoras de 70 anos num baile onde todos usam chapéu florido?

O que fazer, quando se tem 24 anos e nada, além de pessoas ao seu redor que ganham o mundo, e pessoas desconhecidas ao seu redor ganham o mundo, exceto você?
Pois eu te digo...
Depois de muita depressão, lágrimas, desespero, currículos enviados em vão e estresse: tentar de novo!
Bla blá blá, não esquente, esse não é um texto ao estilo Augusto Cury, do tipo "lá lá lá, tente de novo, a vida é bela, a flor é amarela e sua bunda é mole!"
Não mesmo!
A questão é que depois de muito (muito mesmo) esquentar minha cabeça com isso e quase enlouquecer pensando no futuro que sequer posso realizar por ausência completa de recursos, veio uma luz na minha cabeça enquanto eu estava com dor de cabeça e debruçada sobre minha mesa de trabalho em horário de almoço.
Então eu levantei, abri o Chrome e entrei no site que tinha me vindo na cabeça.
Fuçada no site, telefone, contato, Natalí, e-mail, informações, parcelas! Aliás, no meu caso, MUITAS parcelas né.
Pronto! Talvez realmente a solução esteja nisso aqui.
E dessa vez tem que dar certo (caso contrário morarei de aluguel e servirei bolinhos de carne com ovo no meu casasmento).
E se tudo der certo e eu me esforçar muito, muito, muito, muito, caso antes dos 30, consigo dar entrada numa casa e servirei coisas que ninguém vai entender no meu casamento, tipo "burlescos de morango com ganache de pirocópteros de Uganda".
Não que eu seja fresca hein, todo mundo que me conhece sabe que não, mas pow, casamento tem que ser digno (pareci uma bicha requebrando agora).
Isso tem me animado um pouco. Claro que está um pouco tarde mas nem sempre as coisas saem do jeito que a gente imagina.
Algumas pessoas dizem: Blá blá blá! Nunca é tarde pra começar!

Olha, sinceramente, acho lindo aqueles homens de 90 anos que resolvem fazer uma faculdade, é lindo, mas ele vai exercer aquilo com lucidez por quanto tempo? 5 anos? SE exercer né, quem é que vai dar estágio pra alguém com 90 anos se com 19 já é uma romaria? (Tá, eu sei que muitos fazem isso por outros motivos e esses outros motivos geralmente são lindos, mas vamos colocar o pézinho na realidade né amiguinhos).

Eu com 19 estava penando debaixo do sol na Consolação, procurando um número de uma empresa que eu achava que não existia, com o currículo debaixo do braço, calça social e uma vontade de esmurrar o mundo. Eu com 19 anos estava participando de processos esdrúxulos seletivos onde o povo do RH perguntava "quem é sua maior inspiração?" enquanto eu escutava respostas do tipo "Hebe, Ana Maria Braga e Ronaldo".
Eu com 19 anos estava fazendo provas de 182 fases pra ganhar menos que um salário mínimo num Call Center de lixo para "estar atendendo as pessoas".
Eu que com 19 anos rodei São Paulo inteiro num busão, aguentando salto alto furar meu pé e meu cabelo desgrenhar no metrô devido à imensa quantidade de sovacos suados me esbarrando.
Eu com 19 anos tinha que escolher palavras para convencer a empresa do "porque eu escolhi essa merda de empresa" e "que porras eu posso oferecer pra empresa" fora minha falta de saco de ficar presa num cubo com um computador, um telefone e um ar condicionado gelando minha bunda, mas preciso fazer isso porque é isso que a merda da sociedade me cobra? =D
Com 22 então, tive que estagiar numa editora que me demitiu em menos de 1 mês porque eu não cumprimentava o diretor com beijo no rosto (não, isso não foi uma piada, amiguinhos).
Eu sempre me dizia que se um dia eu tivesse um emprego estável eu participaria propositalmente desses processos seletivos para avacalhar total.
Teve um deles em que o povo teve que se descrever usando cachecol de pelinhos rosas e óculos de estrelinhas. Você deve estar se perguntando: Nossa, mas também qual é o tipo de lugar que você foi procurar emprego?
E eu te digo que esse lugar aí meu queridos, era o CNA.
O que fazer, meu Deooooz, se você é maluca o suficiente, DDA o suficiente pra saber que você não-daria-certo-de-jeito-nenhum-vivendo-como-uma-pessoa-normal-que-trabalha-em-algo-que-não-se-gosta-muito-e-você-é-estabanada-e-desligada-o-suficiente-pra-saber-que-não-atingiria-as-expectativas-de-uma-empresa além de saber que a pior merda que um ser humano faz é viver de algo que se detesta??

O que fazer se você é um ser que acredita piamente que só se deve fazer aquilo que te faz feliz, caso contrário você vai morrer sufocado, louco, estressado, reclamão e frustrado feito um velho tarado impossibilitado de bater punheta diante de um pornô com atrizes de 21 anos???? (eu de fato não sou delicada.)

Blá blá blá, claro, nem todo mundo consegue ir atrás dos seus sonhos pois tem gente que tem 90 filhos pra criar e crediários não pagos na Marabraz! Mas eu APOSTO que grande parcela das pessoas sequer pensou em tentar por acharem que não ia dar certo mesmo e que tudo é uma ilusão! Conheci muuuuita gente assim. De fato, não foram poucas!
E às vezes é melhor mesmo ficar quietinho no seu canto comendo sopão Maggi sonhando em participar da Roleta do Sílvio Santos e jamais ir atrás, do que se iludir zilhões de vezes como eu e nunca se decidir por nada =D.

Bom, mas eu preciso assumir! Mesmo não tendo porra nenhuma, minha vida hoje ainda é trilhões e vezes melhor que naquela época. Ah se é! Hoje eu posso não ter nada mas tenho algo que muita gente gostaria de ter: oportunidade de tentar viver de algo que se gosta, e não seguir a massa estressante dos cubos com ar condicionado e telefone. Na verdade eu acho que eu tenho é bastante sorte nesse sentido e não acho certo desperdiçá-la. Além disso, vai falar de "alcançar sonhos" pra lavadeira sofrida mãe de 12 filhos cujo marido a espanca todas as noites?
Nem todo mundo tem cabeça para se preocupar com sonhos, com uma vida melhor. Nem todo mundo sonha. Tem gente que tem problema demais pra isso, e isso obviamente não é uma crítica, mas uma realidade que todo mundo sabe que existe.
...

Mas peraí, eu não vim aqui falar de sonho e já estou falando da humanidade que sonha-não-sonha.
Vim aqui falar da minha vida estacionada feito um furgão quebrado e que eu preciso me mexer novamente para que ela se transforme em algo que não seja um furgão quebrado. Dane-se se as pessoas tem suas vidas cheias de frufrus ou suas vidas cheias de merda. Eu preciso pensar é na minha vidaaaaaaaaaaaa.
Então, dona Lurdinha com seus crediários na Marabraz...foda-se! Não sei nem porque te coloquei dentro da MINHA história. Que saco, eu e minhas manias de comparar as outras pessoas, de me justificar.
Pelo menos uma vez na vida preciso pensar no que EU vou fazer e não no que OS OUTROS estão fazendo, ganhando, pagando, metendo! Argh! Se os outros sonham, se os outros não sonham, se os outros estão felizes, se os outros não são!
Affe! Como se todo mundo fizesse parte da minha vida, e nada disso faz parte da minha vida!
Ah vão se catar vocês! Se não querem ir atrás de seus objetivos, fodam-se. Se querem e conseguem, fodam-se! Se têm 12 filhos, fodam-se! Seus crediários nas Lojas Piriquito de Moçambique FODAM-SE! Se eram pobres e ficaram ricos....FODAAAAAM-SEEEEE!!!!!!!!

...


Bom, mas voltando ao assunto dos idosos que fazem faculdade com 90 anos, diferente deles, eu quero é ter a minha vida toda pra exercer um monte de coisa, mas acho que é porque eu tenho pressa né, outras pessoas não tem, por exemplo, esses senhores de 90 anos que resolvem fazer uma faculdade, bichas de 82 anos que resolvem se assumir e tal. Cada um é cada um, mas eu to citando o meu caso.

Então, mais uma vez, lá vou eu, tentar novamente! E escutar frases do tipo "Nossa, mas você já tem 25?".
E aí eu vou sentar em frente a uma cantina, me sentir velha, lembrar que 1 ano passa rápido e depois mandar tudo pra PQP e ser feliz.

Eu e os MEUS 25!

MEUS e de mais ninguém!!!!!!!!!!

;)

domingo, 19 de julho de 2009

Liberdade de escolha

Um assunto sempre em pauta pra mim, é traição. Já passei por isso e hoje sei que as pessoas são muito diferentes, tento não generalizar, por isso falo muito e tento entender o assunto. Sempre namorei, nunca fui de sexo casual e por isso não criei esse hábito nem esta vontade. Acho que esse é um dos motivos pelo qual nunca entendi as pessoas que mentem para tê-lo. Algumas teorias passam pela minha cabeça, mas o ser humano é único e as próprias pessoas passam a vida sem se conhecerem, por isso nem tenho a pretensão de resolver nenhum dilema desse nível.

Hoje entendo que o casamento - deixando um pouco de lado a parte boa de morar junto com alguém e partindo pro lado ruim - é um decisor de águas para este auto-conhecimento. A intimidade "ruim" se faz presente, dormir, acordar, ver as mudanças de humor, conhecer o outro sem máscaras e maquiagem não é algo a que todos os relacionamentos resistam. As surpresas que acompanham um relacionamento novo ou um simples caso, não existem mais, mudam, migram para outros tipos de benefícios. E quem tem a sua auto-estima toda baseada neste processo de conquista, surta e vai procurar satisfação fora, enganando o parceiro ou a parceira para "sobreviver" dentro dessa situação. Esta é uma teoria.

Outra teoria é mais para a sacanagem mesmo, o prazer da vida dupla, de enganar, de alguma maneira tirar proveito de uma situação onde um sempre sai perdendo para se auto-afirmar, se sentir com o poder. Mas prefiro acreditar que os/as canalhas são minoria.

Dizem que não nascemos para a monogamia. Eu concordo, já que somos simples mamíferos que aprenderam a pensar, se comunicar e trabalhar, nos diferenciando dos demais. Porém, quando o casamento ou o namoro é uma escolha, e é, deve ser vivido intensamente dentro dessa opção. Isso inclui monogamia, dentre outras coisas. Ninguém gosta de ser enganado, passado pra trás, feito de idiota, ser magoado.

Creio que são corajosas as pessoas que abrem seu relacionamento. "Ok, eu te amo, você me ama, mas não nascemos para fazer sexo só com uma pessoa, então vamos não fazer. Você faz o que quer com quem quer, eu não preciso saber e vice-versa, à noite a gente se vê". Precisa ter muito estômago e sangue frio, eu jamais conseguiria apesar de achar louvável quem encara ir contra todo um modo de viver de uma sociedade. Adoro me sentir especial, preciso disso para viver, aliás quem aí não?

O homem e a mulher que enganam com a desculpa de viver a vida 100% em sua plenitude, acabam não passando de covardes que se escondem atrás de seus próprios desejos para não precisarem mudar sua vida, não precisarem encarar uma sociedade que julga e aponta o dedo pra quem vive como quer e não como está estipulado. Esta é só uma opinião, baseada em algumas atrocidades que eu tenho ouvido por aí: homens com mulheres grávidas mandando o papinho para tentar levar outras para a cama enquanto a esposa se distrai, mulheres passando o msn para estanhos enquanto o namorado vai ao banheiro, maridos que levam vidas duplas e trazem DSTs para dentro de casa.

Pode até ser difícil manter a paixão acesa por 5, 10, 20 ou 3o anos, mas não vamos esquecer que a escolha foi de quem escolheu. Ou se a escolha foi falha, é só mudar. Solteiros podem se relacionar com qualquer coisa que se mova (ou nã0) a hora que querem e como quiserem, é só ter a coragem de encarar as consequências de uma mudança. E colher todos os frutos bons que vão vir dessa verdade.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Marcos Júnior.

"A vida da gente não é nada"

"Nós não somos nada"
"Nós não somos ninguém"
É o que eu escutei hoje cedo de mais de uma boca.
A Val é uma mocinha de 20 anos que trabalha aqui no setor da limpeza.
Por seu riso infantil e seu jeitinho de chamar a todas nós de "neguinha" com seu sotaque incomparável, tínhamos todos um carinho especial por ela. Era a nossa menininha. No dia em que disse que era casada há 6 anos, a gente não acreditou. E quando ela disse estar tentando ter um bebê nesse tempo todo, acreditamos menos ainda.
No começo do mês, quando a menstruação atrasou, veio toda ansiosa nos contar, afinal, a menstruação nunca havia atrasado.Não sabia se comprava o teste de gravidez ou não, mas a gente insistiu.
"Vai lá, deixa de ser boba, compra o teste logo!"
E foi na semana passada se não me engano, com um sorriso no rosto veio nos dar a notícia de que finalmente ia poder ter seu bebê! Estava no primeiro mês.
Se nascesse, teria o nome do pai: Marcos!
Marquinhos! Marcos Júnior!
E eu ainda cutucando, dizendo que Marcos já tinha um, então não tinha que chamar Marcos Junior coisa nenhuma!
"Vai Val, que outro nome você gosta?"
"Ah minha neguinha, tem tanto nome bonito por aí! Eu queria mesmo era Marcos Junior, mas está todo mundo implicando porque o pai já tem o nome."
"Ah, Valéria, põe...sei lá, Fernando! Fernando não é bonito? Eu te ajudo a escolher, vou fazer uma listinha!"
"Fernando é bonito, mas eu ainda não sei. Vamos ver mais pra frente então."
Enquanto escrevo aqui me vem alguns flashes na cabeça do dia em que eu pulei em cima dela e passei a mão na barriguinha. Ainda na semana passada pedi pra ela gravar o DVD do ultrassom e nos mostrar!
"A gente dá a mídia, Val, não se preocupa!" - disse a Silmara, também grávida (mas de 7 meses), também feliz.
Bom.
Estou escrevendo isso numa segunda-feira, dia 6 de Julho. Eram umas 9 da manhã quando a Nega chegou pra trazer o café (Nega, leia-se a senhora que nos traz café).
Eu estava no telefone com meu namorado mas quando ela adentrou não pude deixar de saudá-la com meu costumeiro grito de "Neeeeeeeeeega bom dia!"
Mas desta vez a Nega não deu seu gritinho em resposta também. Não veio me abraçar. Simplesmente com um sorriso fraco no rosto disse um "oi amor" meio xoxo.
Então ela saiu da sala e depois de alguns minutos desliguei o telefone.
A Nega entrou novamente para pegar não-sei-o-que.
"Nega!" - chamei.
"Oi meu amor."
"O que você tem, Nega? O que aconteceu pra você estar com essa cara?"
"Lembrei muito de você e da Silmara no fim de semana."
"O que aconteceu?"
"A Val. O marido dela. Faleceu num acidente de moto."
Antes que eu pudesse processar direito o que havia acontecido, as lágrimas já começaram a cair sobre o teclado do computador.
"O que você está me dizendo, Nega? Você está brincando comigo?"
"Eu adoraria estar brincando, filha, mas foi isso o que aconteceu. Sexta-feira, às três da tarde. E ela só foi saber no sábado, no mesmo horário. Ele sumiu e começaram a procurar desesperados. A irmã foi reconhecer no IML. Do peito pra baixo só sobraram...tripas."
Tive que respirar fundo pra continuar a escrever. Parece que a moça que tentou socorrê-lo teve que ser recolhida aos pedaços. No caixão me disseram que ele parecia um boneco. O couro cabeludo teve que ser colado de volta à cabeça.
Me veio uma vontade de rir.
De rir de desespero.
Rir de pânico.
Rir de medo.
Rir de desespero e chorar de desespero ao mesmo tempo.

"A vida da gente não é nada"
"Nós não somos nada"
"Nós não somos ninguém"

Eu não concordo com o que eu tive que escutar.
O que eu acho é que a gente dá pouco valor às coisas, apenas isso.
O que eu acho é que a gente faz muito pouco, a gente vive muito pouco.
Mas nada nós não somos, tampouco a nossa vida se assim quisermos.
O nosso corpo, isso sim, embora estruturalmente perfeito, pode ser desfeito em questão de segundos.
É comestível, destrutível, altamente inflamável, descolável, despedaçável.
Mas não nós, não nossa vida.
Repito: se assim quisermos.

Eu tinha escrito muita coisa depois disso tudo aí que escrevi aí em cima. Muito diferente do que tudo o que escrevi aí embaixo. Inclusive já estava começando a xingar meio mundo por desprezar o que realmente importa. Por dar valor à coisas ignóbeis, estúpidas e hipócritas. Por desprezarem a capacidade que as pessoas tem de deixarem um legado de amor e justiça. E não estou falando de assassinos, psicopatas, drogados. Não estou "revoltadinha com o mundo porque o mundo é uma merda". Estou falando de pessoas comuns, estudadas, que tem inteligência para serem os melhores em suas profissões mas não tem inteligência para ouvir verdades e aceitá-las.
Gente que ensurdece às verdades e banaliza o fundamental. Gente cruel que indiretamente assassina os valores, mas que passam despercebidas à nós como nossos amigos de "gênio difícil", como nossos conhecidos "complicadinhos."
Tornando-se tão temerosas quanto um assassino e um psicopata. Valorizando a vingança, valorizando o ódio, valorizando picuinhas sem nexo.
Estamos cheios de assassinos aqui. E a gente muitas vezes os suporta num bar porque são legais e engraçados.
Mas enfim, alguns bons momentos de reflexão e de algumas lágrimas me fizeram parar pra pensar um pouco e escrever exatamente isso:
A única coisa que eu queria frizar aqui é que o que somos não é destrutível (abalável talvez), apenas invisível aos olhos, mas completamente visível ao coração.
Nosso corpo foi feito para ser utilizado, cuidado mas para desaparecer no final como atores por trás de uma cortina depois que o show acaba, mas o que fizermos pode ficar pro resto da vida e fazer uma grande diferença por gerações. Como um espetáculo que jamais será esquecido na lembrança.
Crentes de tudo
Ou descrentes de tudo
Que possamos fazer nosso melhor
Para dar sentido à nossa existência.
O sentido da vida a gente é quem cria
E aí, frases como aquelas tornam-se errôneas.
A vida da gente é tudo!
A gente é alguém!
É por isso que estamos aqui.
Que o sofrimento nos faça pensar, e não desistir.
E digo isso depois de muito descrer.
E digo isso depois de muito duvidar.
Mas saber eu não vou mesmo, ninguém vai. Embora todos questionemos, é um questionamento em vão.
Vamos todos questionar e chegar a algumas conclusões, porém talvez nunca à verdade.
Por isso repito: crentes ou descrentes, que possamos tornar visível o que é invisível.
Para não sofrermos
E principalmente para fazer valer a pena.
Que possamos amar enquanto vivos
Viver enquanto vivos
E sermos úteis, o que faz todo o sentido do mundo.
Eu soube que a Val pediu a Deus para que na hora do parto, ele a levasse e deixasse o bebê para sua família cuidar.
No lugar dela eu talvez não tivesse forças para falar
Mas como alguém que soube da notícia às 9 da manhã enquanto estava no computador, o que posso desejar é que seu filho lhe traga felicidades em triplo por tudo o que hoje ela sofre.
E que através dele, ela descubra um sentido em sua vida que hoje não é capaz de enxergar.
Que o tempo possa ajudar a trazer sentido àqueles que ficaram.