terça-feira, 29 de setembro de 2009

Lá onde se ouvia coisa boa desde cedo..

Não sei se é questão de saudosismo. Mas gente, eu ouvia The Smiths, ACDC, Van Halen, Metallica, Iggy Pop, Iron Maden, Echo & The Bunnymen, amava Paralamas, Engenheiros, Titãs, sabia de Legião, – só não era de decorar todas as letras porque achava muito depressivo – de Michael Jackson, de Madonna, cresci ouvindo Beatles, Elis Regina, Cartola, descobri Pink Floyd, U2, Pearl Jam, Jamiroquai e muitos, muitos, muitos outros, muito cedo.

Se existiam os grupos da modinha? Claro. New Kids On The Block (ai que vergonha) bombava nas radios e nós com as fitinhas tentando gravar as músicas sem as propagandas junto. Mas era só pra ouvir com as amigas, dançar e pertencer. Pra tocar a alma e entender os sonhos, as angústias, as vontades e problemas de ser uma adolescente, só esse povo aí de cima. Não tinha Menudo que me entendesse melhor.

Daí eu olho pra NXzero, olho pra Fresno, pro que o Capital e Jota Quest se tornaram, pra toda moda de cafetão rapper tarado e falsa diva dos EUA e me pergunto: o que será desses meninos e meninas que, mesmo em meio a tanta facilidade de conhecer coisas bacanas, se prendem a esse tanto de música que não é tocada por uma mão humana, mas sim por uma máquina de sampler?

Reflexo dos tempos, do capitalismo que idiotiza, dos pais sem cultura pra passar pra frente, das pessoas rasas e vazias, ou simplesmente saudosismo de uma quase balzaca? Sei não, mas ainda prefiro a Infinita Highway...Highway....

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Esse texto tá um lixo.

Estou à beira do desespero.
Não, não é nada disso aí que vocês que escutam minhas lamentações estão acostumados.
Mas a questão é a seguinte.
Daqui desta sala de aula onde tenho estudado photoshop todas as noites, eu sou a mulher mais terrível que há.
Não por uma questão psicológica, mas sim por uma questão física mesmo.
Sobre minha cabeça, um ovo se instalou.
Exatamente isso.
Estou deixando o cabelo crescer.
Sempre nessa época quando batia o desespero, eu cortava de novo. Mas não desta vez.
Desde que cortei pela primeira vez, essa é a vez que ele está mais comprido.
A primeira camada tem 4 dedos de cumprimento. Imaginem a dimensão do ovo.
Passeio pelas ruas e pelos corredores com um ovo de avestruz sobre minha cabeça.
Todos os dias tenho apelado para o gel, presilhas, faixas...mas não adianta.
Sinto-me como aquelas garotinhas sebosas de 13 anos que escondem-se por trás de seus cachinhos oleosos enquanto os enrolam compulsivamente ao tropeçar nas próprias pernas.
Sim.
Estou me sentindo a mais terrível das terríveis.
Aliás.
Ando muito complexada.
Que merda tá acontecendo comigo? Ano passado eu tava tão bonita e agora tô aqui parecendo uma lombriga que não se acha no espaço.
Olha eu nunca liguei muito pra esse lance de aparência, tanto é que na maioria das vezes misturo malhas de avó com tênis, listras e bolinhas. Não quero que ninguém me ache maravilhosa, só não quero que olhem pra mim e digam: "Gente, a avícola tá chegando!"
Saca?
Tenho certeza que se eu cair de cabeça num chão quente, vai juntar uma galera pra comer uma omelete!
E eu não tenho o que fazer. De manhã lavo o cabelo, ponho um chapéu xadrez pra ver se o volume abaixa, mas o ovo tá ficando tão revoltado que daqui a pouco ele vai chocar, e eu serei obrigada a caminhar com um pintinho sobre meus cabelos, o que convenhamos, seria muito mais fofo.
O povo às vezes pensa que eu sou meio "foda-se", mas dependendo da época eu sou a típica menina de 13 anos sebosa. Fico olhando no metrô com medo das pessoas notarem o quão ovesca eu estou.
Ando tão distraída com meu ovo que hoje assinei a lista de presença do curso 3 VEZES!
Assinei no nome de 2 caras e no meu.
Não me perguntem como fiz isso.
Eu não sei.
Só sei que ele perguntou quem era Thaís, e eu respondi que era eu.
Heis que: Você assinou no meu nome e no nome dele!
A sala toda se virou para mim.
Neste momento senti a gema do ovo derreter.
Pensei: todos-devem-estar-observando-
meu-ovo!
Pedi desculpas e disse que não sei o que havia acontecido.
E EU NÃO SEI!
Que porra deu em mim de assinar essa merda 3 vezes?
Forças do além? Uma abdução?
Não queridos.
Era a força do ovo se apoderando do meu cérebro.
Na verdade vou ser bem sincera, faz uma década que não me sinto assim. A última vez que me senti assim mesmo foi exatamente quando eu tinha 13 anos e um cabelo semi-enrolado que fazia questão de armar.
Acho que na verdade eu sei o que é.
Este ovo reflete a minha situação interior.
Não ando bem estes dias.
Tenho certeza que quando eu me sentir melhor, um pavão albino e brilhante vai se instalar na minha cabeça.
E agora com convicção vos digo: Que grande lixo esse texto.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Partes

Meu coração muitas vezes se aperta. E me conhecendo como ele conhece, sabe a razão. Nunca pertenço, apesar de parecer livre e segura. Não me acho, apesar da auto-análise diária e de tanto esforço pra ir a fundo. Nunca chego no ponto, apesar de discorrer sobre ele como ninguém. Não mudo, apesar da constante reviravolta.

Minha cabeça pensa tudo, agora, ontem, amanhã. O corpo queria ser outro. As mãos já calejadas e algo experientes, tatearam muito nessa curta vida de 28 primaveras. Os pés, indecisos, sempre prontos pra próxima caminhada.

Meu estômago tem borboletas voando dentro dele. Meu peito tem coragem e uma raiva que consegue ir pra garganta e sair no formato que eu quero, suave porém ácida. No meu colo, a segurança das coisas aprendidas.

Meus olhos são livres, crianças pra dentro e fora de mim, sempre à frente, sempre no mundo criado, aprendido, usado pra se esconder e pra viver diferente. Eles guardam meus sonhos e sabem de tudo que se pode tocar.

Meus lábios podem, percorrem, chamam, contam. Os ombros sofrem o peso. Agacho, levanto, dou a volta, vou até você. Todos estão aqui, em todas as partes. Me separo, mas não sei onde começo e onde acabo.