terça-feira, 8 de setembro de 2009

Partes

Meu coração muitas vezes se aperta. E me conhecendo como ele conhece, sabe a razão. Nunca pertenço, apesar de parecer livre e segura. Não me acho, apesar da auto-análise diária e de tanto esforço pra ir a fundo. Nunca chego no ponto, apesar de discorrer sobre ele como ninguém. Não mudo, apesar da constante reviravolta.

Minha cabeça pensa tudo, agora, ontem, amanhã. O corpo queria ser outro. As mãos já calejadas e algo experientes, tatearam muito nessa curta vida de 28 primaveras. Os pés, indecisos, sempre prontos pra próxima caminhada.

Meu estômago tem borboletas voando dentro dele. Meu peito tem coragem e uma raiva que consegue ir pra garganta e sair no formato que eu quero, suave porém ácida. No meu colo, a segurança das coisas aprendidas.

Meus olhos são livres, crianças pra dentro e fora de mim, sempre à frente, sempre no mundo criado, aprendido, usado pra se esconder e pra viver diferente. Eles guardam meus sonhos e sabem de tudo que se pode tocar.

Meus lábios podem, percorrem, chamam, contam. Os ombros sofrem o peso. Agacho, levanto, dou a volta, vou até você. Todos estão aqui, em todas as partes. Me separo, mas não sei onde começo e onde acabo.

5 Comments:

Thaty said...

SIMPLESMENTE LINDO!!!!

Raul said...

Acho que te conheço! =P

Belo texto!!

Thaís SBA said...

Muito lindo Thá!
A última frase "não sei onde começo e acabo" é absurda.
Recebi seu e-mail falando da sua mãe, e não respondi JURO por falta de tempo, mas fiquei MUITO muito feliz!

Bjokas

Messias said...

Muito bonito, parabéns! A última frase é perfeita! beijos

bruno said...

Sabe, ou o que se passa contigo é absolutamente normal, ou eu também compartilho desse amalgama interno rsrs. E no meu caso, eu simplesmente deixo estar, pois todas as vezes são parecidas: começo controlando as idéias, objetivos e etc. Mas logo após esse início, inexplicavelmente tudo foge ao controle!!!! Fazer o que???