terça-feira, 20 de janeiro de 2009

I wanna be Free-La.

Não tenho pós graduação, não fiz bacharelado e nem licenciatura. Faço 24 anos no fim do mês. Me formei como tecnóloga há dois anos atrás, ou três. Acho que são três. Isso mesmo, aquela faculdade de dois anos. Era pra ser quatro mas na metade do curso enjoei e pude me formar como tecnóloga no fim dos dois últimos anos.
24 anos.
Já.
(Quanto número logo no começo do texto).
E quando eu tinha quinze, achava que com vinte eu já estaria casada ou não, mas pelo menos teria uma casa própria. Já deu pra perceber que esse é um daqueles textos tepeêmicos e de desabafo...Mentira, não é tepeêmico, mas é de desabafo.
Não sou super bem sucedida não, na verdade minha conta quase sempre está no negativo e eu não consigo juntar nada porque eu to sempre pagando a fatura do cartão de crédito. E eu não sei usar o cartão de crédito, eu o abomino, mas ele corre atrás de mim como uma criança corre atrás dum gato para puxar-lhe o rabo e rir. Uma criança má. E é isso que o cartão de crédito é para mim: uma criança má.
E eu, uma mãe que sabe que ele é perverso mas ainda assim não sabe lhe dizer não.
Eu não tenho casa própria e nem meu diploma ainda fui buscar na faculdade, só estou com o certificado, quer dizer, acho que estou. Guardei com uns documentos. Sou meio largada para um monte de coisas.
Trabalho com edição de vídeo, se alguém precisar de uns freelas, fala comigo, eu trabalho com o Avid Liquid 7, e minhas edições modéstia a parte, são foda. Então me ajude a juntar uma grana pra minha casa própria e me peçam milhões de vídeos. Faço vídeos para festa infantil, casamento, TCC, homenagens para namorados, bobagens, qualquer merda, mas me peçam vídeos.
Bom, não vim aqui pra ficar me promovendo, embora eu tenha acabado de fazer isso. Resolvi escrever pra desabafar. Mas to vendo que esse texto tá virando um tremendo marketing pessoal. Aliás, um marketing pessoal bem negativo porque até agora não citei uma qualidade minha. Mas conforme eu disse, quando comecei a escrever, a intenção era mesmo falar um pouco de mim...mas freelas estão inclusos nisso, fazer o que.

Eu não sou registrada e nunca saí do país, deixei de ir pra Europa porque achei que o avião seria um tédio e porque eu preferi ficar em casa sozinha, e por causa do meu namorado. Sim, eu fiquei por causa dele também e não me envergonho de dizer isso. Na verdade pau no cú da Europa, eu to é doida pra conhecer os Lençóis Maranhenses, e mesmo que ninguém me ajude pedindo freelas, sei que ainda assim vai dar pra eu ir pra lá ainda esse ano com o homem que eu amo. E mais uma vez o cartão de crédito vai me ajudar / afogar / foder/ divertir, mas desta vez vai valer a pena.
Olha na verdade eu realmente acho que a Eurupa deve ser linda, mas sei lá, não é meu sonho de consumo, saca? Meu sonho de consumo é um golden retriever. Se alguém me disser: 15 dias na Europa com tudo pago ou um golden retriever? Pensa rápido!
Um golden retriever! Óbvio.
Nada como um ser provido de focinho e quatro patas para dar mais sentido à vida.

Eu me distraio com cachorros pelas ruas, esqueço do caminho que eu tô fazendo só para acariciar o focinho.
Eu ainda não tenho carta, mas acreditem, não deu pra pagar antes, e só vou começar minhas aulas práticas no fim do mês porque eu ganhei a matrícula no ano passado. Sim, demorei 1 ano para concretizar isso.
Passei na teórica do Detran na metade de 2008 mas a preguiça e o trabalho me impediram de fazer as aulas práticas antes.
Eu definitivamente sou preguiçosa, mas como boa DDA sou muito bem acordada e disposta para o que me interessa e na hora que me interessa. (Talvez eu diga isso porque eu não tenho uma mãe internada na UTI e doze filhos pra criar).
Não gozo fazendo minhas obrigações e nem tenho orgasmos em ter oportunidades que o mundo todo gostaria de ter. Na verdade eu queria muitas coisas mas nunca segui caminho nenhum. Fiquei empolgada com vários e não decidi por nenhum.

Eu tinha vontade de uma coisa, ia lá, dava meu sangue, conseguia e depois perdia a graça.
Eu não duvido da minha capacidade de conseguir o que eu quero, eu consegui tudo o que eu queria. Eu quis ser atriz, fui. Quis ser redatora, fui. Quis cantar numa banda, fui. Quis tosar cachorros, fui. Quis entrar na FAAP, entrei. Quis entrar em Teatro na Anhembi, entrei. Quis desistir de teatro, desisti. Quis prestar publicidade, passei. Quis estudar no Wolf Maya, estudei. Quis entar numa agencia de modelos para fazer comerciais, passei na entrevista mas depois desisti de novo porque no mesmo dia descobri que não queria isso.
Enrolei, enrolei, tanto fiz, tanto fiz e não fiz bosta nenhuma. Sempre tinha alguma coisa, eu sempre desanimava. Só ano passado eu quis ser atriz, quis prestar FUVEST pra pedagogia depois desisti na mesma semana e quis prestar Letras. Me inscrevi no cursinho, mas depois de 1 mês cancelei a matrícula porque na verdade não era isso ainda que eu tava buscando entre outras coisas, além do que jamais daria tempo de eu voltar pra casa, e eu não ia aguentar a pauleira de ter que trabalhar no dia seguinte. Foi-se o tempo em que eu estudava à noite e acordava às 6 da manhã para ser esmagada no metrô e chegar toda amassada no trabalho. São Paulo, sentido Barra Funda, 6:30 da manhão, metrô Brás. Se você acha que o inferno é vermelho e tem fogo e capetinhas, você ainda não pegou o metrô nesse horário no sentido Barra Funda em São Paulo. Quando você fizer isso, passará a crer que o inferno deve até ser um lugar legal para passar os finais de semana, relaxar, apreciar a vista.

Até hoje eu não sei direito o sentido disso aqui e às vezes eu queria mesmo ser como essas pessoas super independentes que dirigem e guardam uma grana para seus futuros, e são reconhecidas na empresa, e falam com seus chefes e são olhadas com seriedade.
Às vezes eu até queria, algumas vezes eu realmente não queria, mas não ia dar certo, não sou eu. Eu ia gaguejar ou ia xingar no primeiro esporro, eu ia esquecer as coisas, eu sempre esqueço as coisas, tropeço em coisas, bagunço tudo. E eu fazendo tarefas simples ajo como um hipopótamo com parkinson. Não dá certo.

Talvez eu tenha me acomodado, talvez eu chegue aos 90 anos e não tenha saído dessa, talvez eu nem tenha uma perspectiva, porque eu sempre estou lotada de perspectivas que não me levam a lugar algum.

Isso é uma bosta. E eu sei que tenho talento pra uma porrada de coisas, mas eu nunca sei por onde começar.
Nem pra fazer meu portfólio eu tenho saco. Separei uns DVD's com uma penca de edições pra criar um site pra mim mas já faz mais de uma semana que eu nem fui atrás pra registrar nada. Meu irmão já disse que me faz o site e eu sempre esqueço, fico escrevendo bobagens, lixando as unhas ou entrando na merda do meu orkut que não serve pra nada, mas que eu sempre entro.

Me sinto como uma bolha vagando no Universo. Eu não to fazendo nada pra essa merda toda melhorar, eu tento não piorar as coisas mas também não melhoro nada. Eu curto viver e acho lindo o mundo todo mesmo sabendo que o mundo todo tá se fudendo na merda. Eu escrevo algumas poesias legais e sinceramente, acho que isso é a única coisa útil que eu faço. Aliás, nem útil é porque quase ninguém lê. E quase ninguém lê porque eu quase não divulgo. E eu quase não divulgo porque sou ciumenta e não registrei nos direitos autorais.

A única coisa que terminei na vida foi um curso de telemarketing, um livro que escrevi quando tinha 15 anos (já comecei vários nunca terminei, ÓBVIO), meu superior de tecnóloga em Gestão de Comunicação Empresarial e...o ensino médio.

Aí fico pensando aqui no motivo de eu existir. Aí eu faço essa relação minha e de pessoas que dirigem e tem suas vidas fantásticas e aí eu penso que elas também estão existindo que nem eu, mas apenas com um pouco mais de "sorte" por terem se decidido e se dado tão bem na vida.

Mas todo mundo aqui tá existindo.
Mas poxa, como eu queria existir com mais dinheiro. Como eu queria existir com o meu registro na carteira...ê buceta. Como eu queria ser decidida.

Queria existir com uma tatuagem enorme nas costas, queria existir mais gordinha, queria existir sem meu dente estar torto, queria existir com o cabelo azul mas eu jamais poderia trabalhar de cabelo azul.

E eu que dizia que adorava ser eu, parece que tô me contradizendo.

A questão é que eu adoro ser eu, mas eu queria ser eu mas com tudo isso aí, saca?
Tava bom, meu registro, minha grana guardada, a entrada na casa. Tava ótimo. tava ótimo se eu tivesse controle de algumas coisas, tava ótimo se eu confiasse mais em mim. E confiar é diferente de acreditar. Eu queria ter acerteza de que se eu vou escolher uma coisa, é essa coisa que eu vou fazer. Mas eu mudo de opinião porque às vezes tenho mania de liberdade e se eu não tenho mais certeza de alguma coisa, isso me sufoca e eu odeio ter que continuar fazendo.

Eu sou só uma menina bagunçada, bagunceira. Às vezes pode parecer que sou cruel com alguns comentários que faço, mas é porque acho graça de tudo, principalmente das pessoas, de mim. Mas no fundo meu coração é mais derretido do que sonho de valsa dentro da bolsa num dia de calor. Morro de peso na consciência por tudo e por mais difícil que seja de acreditar, eu sempre tento ver o lado bom das pessoas porque acho injusto não tentar ver, embora é claro, não pareça em muito do escrevo. Mas não sou mentirosa. Principalmente comigo. Não escondo nada de mim, e isso custa caro, mas não custa meu caráter e nem minha ilusão, o que já está ótimo. Acho que todo mundo merece uma chance, embora existam pessoas que já tiveram suas chances e disperdiçaram.

Tenho gastrite. Tenho uma coelha peluda que rosna. Uma mãe com quem vivo brigando mas que decidiu não brigar comigo este ano. Até agora está dando certo, esses dias a gente até conseguiu ficar mais de três horas juntas e nem sequer gritamos uma com a outra. Progresso! Algumas pessoas já me disseram para eu não ligar para essas brigas, mas eu ligo, eu sempre ligo. Eu não suporto brigas com a minha mãe. Eu queria na verdade é que ela fosse a mulher com quem mais eu me desse bem.

Tenho um irmão superdotado (sem piadas) que aprendeu a ler com 3 anos de idade e sozinho. Ele tem síndrome de asperger. Não me perguntem, tô com preguiça de responder, joguem no google.

Ele teve câncer com 16 anos e talvez esse seja um dos motivos que me fazem odiar o cigarro e ver pessoas foderem com suas vidas sendo que tantas outras lutam por ela.

Odeio que pichem, que sujem as ruas, que maltratem animais, mas ainda assim eu como carne, com um terrível peso na consciência. Não tenho força de vontade para parar de comê-las, bois são uma graça mas ninguém mandou serem tão bons.

Não falei aqui do meu pai. Meu pai é foda, mas já briguei muito com ele também. Minha mãe é linda, tem rosto de boneca, e minha vó Lola é meu anjo da guarda e me ensina muito sobre a vida só dela respirar e elogiar uma planta.

Meu namorado me tirou tudo de triste que existia em mim, e ele tem um cheiro que é uma delícia. E tem um bigode que eu adoro, e cabelos compridos que eu adoro prender e pentear.

A mãe de uma "amiga" este ano me disse que eu sou destrambelhada absolutamente do nada e que ela não gostaria de ser minha mãe. Eu tive vontade de estourar a cara dela porque ela não me conhece de verdade e eu não sou destrambelhada eu sou só um pouco indecisa, mas aguento trancos muito melhor do que muita gente. Destrambelhada é ela que um dia quase arrancou tiras de carne das costas da filha numa briga. Destrambelhada é ela que é policial. Quer destrambelho maior nos dias de hoje? Desculpa, sei que nem todo mundo é igual, mas destrambelhada é VOCÊ sua inchada!

(Só pra desabafar um pouco.)

Sei lá, parte de mim isso isso aí...tô em busca de algo ou de nada, eu não sei.
A única coisa que sei é que...

Preciso de freelas.

Preciso de freelas pra juntar uma grana para casar e ter bebês.

E eu prometo não desistir de nenhum vídeo que me passarem, eu preciso dessa grana, cacete. Eu tô até conseguindo me desafogar sabe, fiquei até orgulhosa porque não tenho mais gastado que nem antes. Mas quero freelas.

Bom, é isso. Tô com dor no pescoço, to escrevendo deitada e tô sebosa, vou tomar um banho porque tá tarde.

Boa noite.

Ou boa tarde. Ou se lá.

Ou foda-se.

Perdão, não se foda não, vai que você precise de um editor freela um dia, não é, leitorzinho fofinho, bonitinho?

11 Comments:

Maroá said...

Thais, realmente tá foda. Mas temdias que são piores, né? Obrigada por desabafar no seu texto, mas hoje, infelizmente, eu não preciso de freelas, obrigada. rssss

beijos

Tha Basile said...

HAHAHAHA
não sei porque to rindo.
sabe, o problema nao é começar e terminar algo, é achar um sentido pra isso tudo.
Mas minha amiga, se eu for morrer daqui a dois anos por exemplo, eu quero que seja com a consciencia limpa que tentei de tudo pra ser feliz. mesmo que isso signifique mudar de vida fazendo outra facu, e acordando as seis depois de chegar meia noite em casa...(vamos ver se eu consigo..rs)

no mais, vc nao esta sozinha, se é que isso te ajuda em algo: fodidos, sem grana e cansados, todos somos...

beijo, flor!!

Ane Talita said...

Olha, não preciso de freelas, mas mesmo assim espero não me fuder, até pq estou numa dessas também, gosto de tudo, mas não agarro verdadeiramente nada...
Não sei se caso ou se compro uma bicicleta...
mas um dia a gente engata a primeira e vai!

Alessandra Castro said...

Ando tão impulsiva que nem dá tempo de arder pelas consequencias, soh sei que meu problema atualmente é que ninguem realmente me ouve e acham que apenas busco elogios. Bosta.

Thaty said...

meu deus...
prefiro nao comentar! iahahiahua
mentira, odeio cartoes de credito tbm!
;~ blah!

Thais said...

tb estou em dias de desabafo hahaha

saudades!!

Anônimo said...

Florença!
Antes de comentar sue texto, preciso comentar oura coisa: assim que bati o olho no título do seu texto e fui descendo a barra de rolagem sem nem sequer parar de ler (só para ver o tamanho), já percebi que era seu... rsrs.. não só pelo título ou pelo tamnho, mas pelo estilo... o jeito de colocar os parágrafos e os pontos. Sei la', seu jeito é inconfundível saca? (como diz vc...hehe)
Amo você como às minhas amídalas... e olha que vc sabe que não vivo sem elas... hehe... enfim, só vim dizer que sei que vc não precisa de ninguém para acreditar em si mesma, pq que vc sabe que vc é foda e aquela modéstia toda, mas ainda assim, venho deixar um recado: ainda que todas as luzes se apaguem, vc pode não me ver, mas tenha acerteza que estarei do seu lado... Nanubys, você ainda vai muito longe como já foi... tudo que você fez dava pra viver várias vidas em uma... e aprender a juntar grana, todo mundo aprende (se quiser até te ensino...hehehe), mas fazer o que vc faz, quase ninguém faz... vc viver COM o dinheiro... e não POR ele... Beijos nas esfinges nega!

Anônimo said...

Ah, e vc disse, disse mas não disse p nenhuma... quanto vc cobra por um freela? hehehe

Anônimo said...

bipolar?
considerou isso?

Thaís SBA said...

Não.
Sem grana.
Isso sim.
Mas há de mudar. Há de mudar!

Anônimo said...

Caraca... nem sei explicar como vim para no seu blog. Digitei uma frase besta no google pra saber onde ele me levaria e me trouxe aqui...
Li seu "desabafo", seu "marketing pessoal" ou seja lá o que vc definir melhor esse seu momento de desprazer.
Só não sei como explicar quando parecia que eu estava lendo sobre um pouco da minha vida.
Como dizem por ai, acho que estamos no mesmo barco.

Só não sei quem é vc...
Não sei porque o google me trouxe até aqui...
Não sei porque li seu blog...

Só sei que vc me ajudou a entender certas coisas da minha vida.

Valew.

Abraços