A cidade da garoa ácida e das estrelas encobertas pela etérea poluição. A cidade das possibilidades, do dinheiro, das opções, dos guetos e da massa, da moda e da gula. Das pessoas vestidas com ternos caros e suas máscaras. Da comida rápida, dos amores rápidos, do trânsito lento. São Paulo.
Aqui, pouco é o que parece. Eles correm pra ficar parados, se aglomeram e sentem-se sós, comem pra perder tudo depois, saem pra caçar no limbo da noite e reclamam do vazio das pessoas. A cidade dos absurdos.
Tanta gente jogada nos bueiros, na sarjeta, na vida. E a vida passando por eles. Mendigos, maltrapilhos, loucos, vadios, morrendo no chão quente dos carros importados e blindados. A cidade da disparidade.
Tanta gente culta, que lê, que aprende, que dissemina, tanta coisa errada acontecendo e eles frigindo que não vêem. A cidade das aparências.
Tanta fila, tanta loucura, tanta procura pela paz interior nos yogas da vida. A corrida pelo primeiro milhão, pela promoção depois de horas a fio perdidas dentro de um prédio com ar condicionado e tanta procura pelo tempo livre e pela qualidade de vida. A cidade das controvérsias.
Tanto possibilidades, quanto decepções. Tantas vertentes e nenhuma verdade. Tantos estilos diferentes e tantos interiores apodrecidos. A cidade do curto-prazo.
O equilíbrio procurado nos amigos. As pessoas que se juntam pra serem inteiras. A cidade dos vínculos que precisam ser fortes.
A cidade da madrugada, a cidade dos solitários. A cidade dos restaurantes do mundo, a cidade das moedas diversas, a cidade das empresas imponentes e dos bairros feios, a cidade da variedade que segrega.
Onde existe a night comparável aos melhores países, onde menores bebem e matam, onde as pessoas têm medo de colocar o pé para fora de casa, onde todos nós vivemos.
A cidade que me faz arder os olhos de sujeira ao voltar de algum paraíso por aí.
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Esse texto é uma re-edição, além de um desabafo. A autora julgou merecedor, ao ler que em 2010 seremos o terceiro local mais populoso do mundo. Durmamos num barulho desses.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Vamos fugir, please?
Quem serviu?? Tha Basile às 05:17
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5 Comments:
É Thatha...São Paulo...meu orgulho e minha cruz.
Não muito diferente das grandes metrópoles. Não muito diferente do inferno hehehe, mas ainda assim sei que se eu sumir daqui, eu volto. Vai ver pq eu gosto de sofrer hahahaha!
Bjos no pâncreas.
A vontade de ir pra aí deu uma murchada! HAUHAUHAUHAUHUA
Mas é isso mesmo, até eu, quando criança, que não entendia muita coisa me estressava com horas no trânsito!
Beijos amore!
:D
Thaaaaaaaaaaaa
Publicou errado, e agora, eu deletei o resto! hahaha
( Tem uma frase faltando, olá!)
Muito foda o texto..
Descreveu mto bem a cidade...Pude sentir tudo o que vc queria passar (ou o que eu acho que queria...)
=)
beijo!
MEDO, muito medo!
Mas enquanto existirem os amigos pra dar risada no meio do serviço,
os pequenos/rapidos orgasmos embrulhados em papel laminado e a paciência de Jó para aguentar o trânsito, tá velendo.
Pero, assim que acabar um desses, viro hippie.
Certeza.
Bejú!
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