quinta-feira, 20 de março de 2008

Uma cruz a carregar.

Pessoal, o blog é de crônicas mas hoje postarei uma poesia, espero que as meninas não se importem!






Ela está muito convencida
De que onde ela for, ele vai
Ele está sabendo de tudo
Ela assassinou os seus pais.
Ela o está comendo pelas beiradas
Preparando a vingança
E ele: "Não sei de nada."
Parece que é uma criança.
Ele gosta desse suave veneno.
Ele ama aquela menina.
Ele gosta de ser torturado
Famigerado e aflito
Ele gosta de ser salpicado
Com sangue, fofura e grito.
Sado
Sadomadoquista
A mulher, Ana Cruz, maldita
E o homem, Miguel golpista.
Acaba em pizza! Tudo acaba em pizza!
Parece política!
Parece que aqui se fala em comida.
E se fala, se fala sim!
Canibal, menina ruim!
Come o fígado com gergelim.
E ele? Ele se diverte
Diante de seus rins cortados
E a musculatura inerte.
Ele se contenta escrevendo umas coisas
E dando uns tragos e lavando a louça.
Contenta-se com prostitutas
Ostenta-se com suas vadias
E vive em constante luta
Com ela que fode seus dias.
Então ele come Lulu.
Lulu, vagabunda novinha
Chupetinha e sexo anal
Mas Ana é sua princesinha
Sua princesinha do mal.
"Você é burro!" - grita Lulu!
"Burro como uma porta!
É burrice amar alguém
Que não te ama ou se importa!
É burrice amar o seu próprio carrasco
Beijar a mão que derruba ao penhasco
A sua carcaça amarela"
"Eu volto todos os dias
Porque eu não vivo sem ela."
Parece até brincadeira
De um homem de cérebro oco
Ana acende a fogueira
E ele se atira no fogo.
Ele certa vez resolveu transar
Com uma ex namorada
E enquanto metia chorava
Pensando em Aninha, amada.
E Aninha do outro lado do bairro
Bebia licor de menta
Fumava um negócio esquisito
Soltava fumaça magenta!
E ria, e ria da vida!
E de bêbada deu pra um cara
E lembrou do ex no momento
Quando o homem gritou "não pára!"
Mas recuou!
Pensou não parar mas parou.
Vestiu seu sutiã
A calça e o colete de lã
Deixou o homem parado,
Com seu genital esfolado
De tanta força que fez.
Aninha saiu pela rua
E olhando pro céu viu a lua
E sentou sobre os próprios pés.
Ficou ali, agachada
Quietinha, sem ser notada
Sentindo sua perna tremer
Sentindo a virilha doer
Sentindo a saudade danada.
E ele agora lambia
Os seios de Rosa Maria
Rosa, a velhota profissa
Que se masturbava na missa
E os homens que lá frequentavam.
Um dia trepou com o padre
No meio da sacristia
E as fofoqueiras contavam
Que o padra pagava por dia.
Mas isso já é outro assunto
O que importa é que a velha entendia.
Voltando agora à história:
No momento em que Rosa gemia
Ele lembrava de Ana
Da bunda durinha de Ana
Da coxa gostosa de Ana
E do jeito que ela gostava
De abraço depois que gozava.
Então quando se deu conta
Deixou a velhota tonta
Berrando na cama de quatro.
Sujou todo o cobertor
Saiu pelo corredor
Perdeu a chave do quarto.
E por pura ironia do destino
Encontrou pela rua um menino
Com sangue nas mãos e gritava:
"A moça! A moça bonita
Morreu com a garganta cortada!"
E ele seguindo o pirralho
Gritou um sonoro "Caralho"
quando teve a terrível visão:
Aninha sua menina amada
Um anjo e uma desgraçada
Jazia jogada no chão.
E Lulu ao lado chorava
Com uma faca encravada
No meio do coração.
"Matei, eu matei sua menina!
Não é mais sua, ela é minha
E eu vou atrás dela também.
Se não tenho você comigo
E você não me quer contigo
Eu não quero mais ter ninguém.
E então deu um grito alto
E sangrando, deitou no asfalto
Morrendo naquela calçada
Então ele olhou para Ana
Beijou-a e levou para cama
Enquanto se lamentava.
E lambendo-lhe o sangue no peito
Olhou-a e falou "bem feito"
Depois lhe tirou a roupa.
Pegou seu revólver guardado
Atirou-se com Ana ao seu lado
E morreu lhe beijando a boca.

Thaís S.B. Araujo

5 Comments:

Tha Basile said...

A gente vai se importar sim...vai se importar se vc parar de postar seus trabalhos!

Aqui é nosso espaço mina! Pode ate correr pelada balançando os braços!!

hahahahahaha

Adorei o texto, jua tinha comentado no Sanatório!

Um cheiro
Tha

Anônimo said...

To sem palavras! Nem sei o que dizer! Vc escreve bem pra caralho!!!!!
Bjus!!!!Poesia, mais poesia!!!!

Thais said...

Já tinha lido!!!! acho q no outro blog!!!

vc sabe o que eu acho das suas poesias!!

bjooooo

Anônimo said...

Achei rodriguiano...Maravilhoso poema...Parabéns!

Thaty said...

A tharantula poetisa!!

Adoreeei!
E poste mais poesias, siiim!
:**